Esta coisa de escrever tem que se lhe diga.
Feliz, compenso a vida
e meu desprezo raia a escrita nula.
Em quinta-feira de folga
resta-me o não fazer absolutamente nada.
O trabalho absorve-me tudo de dar
e assim deixo-me por aqui ficar,
pensando tréguas, alegrias e passado,
sonhando futuro por outro lado.
É deixar mais algum tempo passar.
(...sempre esperar pelo momento certo
a avançar.)
Quero coisas físicas e não mais abstracção.
Quero deslizar pelo asfalto em duas rodas
e esquecer o que tem de ser
e me dar apenas ao sentir,
conhecer e reconhecer
que tudo não é nada
e logo assim a vida é perfeita
e querida
para mim.
Tou satisfeito.
E o chato de estar satisfeito
é não inventar saídas por via da arte.
Não quer sair,
está bem assim.
Falemos de coisas boas
e deixemos as más terem a sua vida e morte
naturalmente.
Sejamos homens (e mulheres)
de carácter altivo
para reconhecer as fraquezas,
na verdade, serem as maiores virtudes.
É de calor que falo e espaço.
Um momento e tudo se vai.
Espera o dia que a noite come.
Maravilha poder viver sem saber
nem controlar demais os demais.
Sou apenas um
e um tenho que ser
até algo me matar.
Morre a morte em todo e qualquer lugar.
Vida é sempre mais!
(e continua...)
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