Viajar, viajar
ver a vida a passar;
ser menos que um pássaro,
fantasma do espaço
em tempo constante de descoberta!
Oh, alma minha morta de novidade,
o que precisas é Fugir com toda a Alegria de IR!
Amar a vida por a sentires apenas em movimento
e o tempo ser um espaço que habitas perfeitamente.
Viajar, meu filho, viajar minha mãe,
preciso de ir por aí e perder-me em mim
somente.
Nasci nómada, não nasci para ser daqui ou dali,
sou filho do Grande Espírito e ele só conhece movimento
e simpatia pela descoberta aberta à frente crente do Mundo ser além
e tu muito, mas muito mais que isso!
A arte de saber que o que viver é falácia e preguiça
das almas que por aí andam perdidas
e tu sempre que demais encontrado,
se ficas por aí apenas,
morres tão mais completamente que todas elas juntas.
O meu cérebro não entende o capitalismo,
o falhanço absoluto do futuro possível à alma e corpo junto.
Morre diz o sedentário,
mata a tua essência,
sacrifica a tua alma
em prol de fazer parte
e pertencer a esta escumalha
que é o ser humano desacreditado.
(Isto são os meus olhos cansados de agora que vêem...)
Que pena meu filho,
juraste a ti mesmo
nunca mais te desacreditar do ser humano
que és tu, afinal, visto de fora.
A desacreditação é a coisa mais Horrível
que destrói qualquer capacidade da Vida.
Por mais que fumes e bebas e socializes
nada te vai saciar da infernal vontade de IR!
Desistir de tudo e confiar ao destino todo o teu mundo!
Niilisticamente acreditar na vida como se de impossível fosse
a tua simples existência.
Um astro dos céus que habita um corpo
e vê tudo como se de deus se tratasse.
O presente feito eterno
pela singela e ingénua
mas intensa e madura
capacidade de te deixar ir.
Será a vida pagar impostos,
ter filhos e carreira?
Olha que não,
olha que pelo menos só isso,
com certeza que não.
O sonho, os sonhos,
são a única coisa que verdadeiramente existe.
Se a vida sedentária te está a matar disto,
há que reagir a isso.
Vida futura de presente absoluto,
só sonho isso!
Demais lúcido e perfeitamente consciente
de quase tudo,
se me não há novidade e descoberta
a descobrir,
o falecimento começa
e nada há a crer.
E tu nasceste a e para Crer...
Inventar deus pela forma como levas a vida a entendê-lo.
A arte de conhecer o desconhecido
como O verdadeiro amigo.
O passado, deixar morrer
para te apenas aparecer
quando disso surgir vontade
e necessidade.
A vida é presente e tudo o resto
dor de cabeça para a alma que sonha
muito mais do que vive.
E viver, viver,
é o que tu vieste para aqui fazer...
A vida foi feita para viver
e se a alma não é pequena,
como o FP dizia,
então a tens de viver
em honra dela
e desse senhor também.
Guerra à vida para haver
aquela linda infernal harmonia:
física quântica de teu coração,
mente e pila alinhados com esse som,
espaço e tempo que é a existência do espírito:
PURA VIDA!
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