quarta-feira, 10 de maio de 2017

Falei ao tempo noutro dia curiosidades do sol
ao qual ele me respondeu com vento
que eu estava era maluco.

Tem algum sentido de humor o tempo...

Ora que a noite e o dia me estejam agora interditos
por uma qual estranha feitiçaria, mau-olhado e tal,
eu caminho igual por aí,
ainda que com este medo,
antes estranho a mim,
faço questão de,
na mesma,
andar por aí.

Sei o caso,
conheço este traço em mim.

Fui feito nómada de nascença
pela simples questão de ter sido tão sedentário antes...

Já conheço estas maldades de meu espírito,
ele quer só movimento
e passar a ferro cada dia
como se de todo um universo
se tratasse.

E trata-se, quando neste estado
consigo me estar.

Meus olhos guardam a visão absoluta
de viver a vida além mortalidade
e nesta quântica física
de consciência
eu vivo bem,
estou bem.

É demais confuso aos outros,
sei-o.

E agora adio esta manifestação
porque me julgo preso
mas será que estou efectivamente
ou apenas quero estar?

A dádiva de um dia de cada vez
não é para todos
no sentido em que
a única coisa que nos guia
é apenas o alerta real
e metafísico da visão física
conciliada à intuição.

Viver para o futuro
parece que todos vivemos,
querendo o conforto de uma carreira,
família e carros e casa.

Enquanto no esforço de querer isto
viramos fantasmas da vida em si,
questões sensíveis à alma que persiste
em se querer manifestar.

Como um sonho que se tem
mas se acorda e logo se vê
que o real é a porrada do dia-a-dia
rumo a um futuro que nos pode nem chegar,
visto a morte estar em qualquer lugar também
na vida.

E viver a vida como um sonho?

Acreditar o sonho ao acordar
e viver fisicamente também ele por aí.

Desacreditarmo-nos de falácias da vida moderna...

O curioso é que é sempre quem mais mente a vida
que se safa de cair,
pois quem pode cair na vida
se o que vive é uma mentira?

Assim cai aquele que realmente acredita e ama a vida
e se responsabiliza por ela, por si e pelos outros.

Não digo isto num tom cristão mas
como toda e qualquer - julgo - religião.

Ser verdadeiro para consigo mesmo
é viver com deus ao lado
e perceber que o que se sente
deve ser sentido e interpretado,
gerido e redireccionado se em conflito
com os verdadeiros ideias do pensador.

Não se pode viver a vida como um castigo,
se ela te pesa é porque algo está errado contigo
ou com o que andas a fazer para com ela.

A vida só dá suas fenomenais graças
a quem está em paz para consigo.

Isto digo porque sei
e perdi,
nos últimos tempos,
este saber.

Tenho de lançar fogo ao chão onde estou agora,
foi sempre assim que consegui andar para a frente.

Quando caio fico pegajoso,
pesado e incapaz de me mover.

Portanto a única coisa a fazer
é pegar fogo a tudo e todo que sou agora
para ter que fugir e encontrar finalmente
onde ainda não sou
mas serei,
novamente,
eu.

Fogo e água.

Fogo quando estás no chão,
Água quando estás no céu.


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