Fui de longe comer os restos mas de perto, ele estar, nos perdemos em conversas sem ar.
Depois, cansado, me dormi ao som de ti - quem dera a estrela ser tão bela e linda...
Falei ao destino, comi cabeças doutros e vi coisas que não sei. Mamei de mamas
venenosas e chutei caras queridas como bolas de fogo em que me queimava para
estrelar a noite a um luar que reflectisse um dia. Esse dia?
Não houve um dia mas tempo e espaço.
Nesse abraço resolvi-me a tentá-lo recriar para não mais por fora me sentir dentro
e dentro sentir um tal talento que tão bem mentisse...
Falei-me ao mundo e ele sabe lá de mim,
são pessoas e mais pessoas que olham e desolham
- como eu, como eu.
Há o encontro gratuito,
o toque sem querer
(que quero muito)
o sorriso malandro
de quem tem entre as pernas o paraíso meu.
Falei demais.
Eu sempre falo demais
quando me irrito
ou folio sozinho
a dança que me chama a vida.
Caminho por aí nervoso.
Força que do nada me nascer tudo.
Não importa.
Tudo coisas que vêm e vão
- como a vida,
como a vida.
Tem lá fora a luta
e aqui, aqui dentro, os mil e um
demónios que se comem
e eu neles sou peão.
Peão que os sabe,
no entanto.
No entanto nado.
(Eu que nem sei nadar...)
Sem comentários:
Enviar um comentário