domingo, 12 de junho de 2016

A novidade é minha amiga.

Descobri-la é o mel de minha vida.

Logo que descoberta e sabida
perde a graça e o espanto
- é só mais uma coisa que morre.

Siga outra
e outra
e outra ainda
para cima,
para a frente,
há que levar o castelo andante
de minha alma sofrida
pela escada da curiosidade infinita.

Perco-me quando me fico,
deixo de saber quem sou,
deixo-me ficar
e medo de mudança fica-me a mancar.

Não sei do sonho,
só pesadelo.

Arrumo o quarto da vida
mas o chão torto o descarrila novamente.

Assim sigo meio que torto e tenso,
o pensamento cheio, cheio de teias de aranha e
o mesmo filme tocando e tocando.

Falo-me de deus mas não o sei aqui.

Falta-me o fora da rotina e o ver
que assim é que a coisa caminha.

Difícil ser eu
neste mundo de trocas e supérfluas relações
e proximidades.

Procuro a distância
para me só sentir perto a mim.

(Acordo no areal do esquecimento
e me recordo do futuro.)

Que destino todos temos
mas o meu mando eu.

E agora não mando não
e por isto me apetece rebentar com tudo,
incluindo, e a cima de tudo, eu!

Acordem-me que não me acudo.

Estou perdido nisto tudo.

(Se não sirvo meu mestre, meu pensamento,
meu desígnio fascínio,
minha mente
mente e mente até não mais saber o que tenho em frente.

Autista, autista sou eu!

Se não me lembro de mim
quem se lembrará?)  

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