Nasci ovo
e de dentro vi toda a criação de longe
sentindo-a, mais que perto, em mim.
Depois conheci alguém que quebrou o ovo
e me lançou ao vento asas imensas
que me levaram aos céus,
sol até.
Até que queimou,
queimou tudo.
Do tudo em memória
encontrei o Nada
e viu-o como casa
- sem casa que estava,
foi o meu novo ovo.
Ali tudo vi e senti e mexi
e sofri e não compreendi e percebi
e conheci.
Conheci que o tudo e o nada são o mesmo.
Do nada reconheci caminho
para o tudo novamente,
sem mala nem quase precedente,
a coragem fez-me crente de ser nu
com a mente mais que cheia de vestimento cru.
Ser apenas é ter passado por tudo isto e saber
também, e a cima de tudo, isso esquecer
para dar lugar ao que vem e tem de acontecer.
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