quarta-feira, 27 de abril de 2016

Memória, cerca de pano,
concórdia das multidões em salto.

Eu sou quem salta mais alto!

Arrombar portas para ver por certo
o claro plano,
pleno de plenitude,
a consciência macabra
que esta vida nos destina antes.

Antes,
antes mesmo de existir
ou sequer ser;
ver quem nos fez aparecer
e questionar tal façanha
sabotando vida à morte
e renascer descoberto
à frieza de ser acesamente vivo.

Dói a pele,
dói a vida
que de intensa rasga as maneiras morais,
valores societais
e quereres de que as coisas sejam
enfim serenas, compreensíveis e até apetecíveis!

Força na roda da vida
que quando perra
há que dar velocidade à loucura
para que em tanta terra descubra mar!

Ah, e o ar!

Tanto que de nós nos esquecemos disto...

No fundo somos deveras espírito
e espírito são já plenamente nossos avós
e irmãos idos
- nesta absoluta e eterna equação da vida.

Somos todos espírito
e lá somos todos e nenhum.

Uma mistura de mortos e vivos
num conhecimento tanto
que só o ar pode conter, manter e ser.

Vês?

De tanto
tem de ser leve.

E quanto mais voas e sabes
mais elegante te tornas.

Nas forças destas ordens
nos deitamos acesamente acordados
para decifrar leis vigentes aos vivos.

E sonhando esta vida
consciencializamos e tornamos possível
a próxima
- a cada momento a próxima!

Isto sim é façanha,
isto sim é de louvor.

E que de nada te percas
em peripécias da vida física
que é a do ar aquela em que te deves tu focar!

Pois dessa brota a outra
e outras e todas:
une-as ela em perfeita sintonia e beleza.

Acorda acordado ser da morte.

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