domingo, 10 de abril de 2016

De manhã acordo o tempo à despedida.

Choro o futuro com saudades minhas.

Finalmente à tarde
cai o sol e vem lua
exacerbar minha loucura
em tom de ternura e tudo o mais.

Mágica ventania do cérebro Eu.
Coisas que não existem são plenas e certas
ali, enquanto os do chão não vibram,
não colhem,
suportam o céu como peso e não mergulho.

Além de mim,
haver um sem fim de pessoas
e ideias e manias e parvoíces a ser,
imitar, comer.

Cagar depois tudo isto
e descansar em pleno serão
de a mente não mais mentir
por não ser já senão o Absoluto.



Famílias de mãos dadas   
e cães com a língua de fora
- gatos à janela descrentes de tudo isto.

Por vezes sou a família,
outras o cão
e também, claramente, o gato.

E a casa?

Onde está o sitio onde nasci?
Para onde vou e porquê?

É coisa de deus,
é coisa de diabo.

Vivemos todos as nossas vidas
sem saber respostas,
fazendo perguntas leves e subtis.

A vida vai respondendo,
vai sendo connosco.
Por vezes dá,
por vezes tira.

Há que sair de plano por vezes.
Descobrir os bastidores desta grande cena,
deste imenso palco.

Ir aos arrumes,
ver o que ganha pó há tempo
e tão útil seria agora.

Desbravar aí o sexto sentido
e ser maior que a vida.

Ser animal de espírito,
digo.  

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