Não sei como achar o achado.
Por isso mudo.
Mudo para encontrar o não procurado
que me procura a mim.
Aleatória experiência amorosa
com a vida e sua eventualidade
que faz de mim um astro de surpresa:
feliz criança.
Alma precisa disto.
Ficar é o pior.
Ir é melhor.
Não saber
e descobrir.
Nem sequer entender
e deixar-se sempre deslumbrar
com o que dá e tira a vida
como deus diabólico
que manda mais que sentimento
ou emoção minha.
Chorar ou rir
é consequência,
o importante meu irmão
é deixar-se levar
pelo que há de movimento
em não saber e ser,
a cada momento,
coisa nova e pura,
coisa que dura e dura
até se partir para outra.
Falemos de danças e memórias ocultas.
Falemos de filhos e avós
mudanças e sistemas de evolução.
Há que ter mão na vida
que ela se não colhida
é pesada e chata.
Lembrando criança essa
que me viu crescer,
todo o mundo é miragem,
oportunidade e brincadeira.
Falai ao destino
e enganai previsões.
Sabe lá deus o que há de ser ou vir.
Sirvo a vida e o tempo:
animais absolutos de determinação.
Amanhã morre-me o ontem
e feliz contemplo isto,
com um cigarro na boca
e a realidade atrás.
Sem comentários:
Enviar um comentário