segunda-feira, 28 de março de 2016

De nada
obrigado a continuar
sendo vento que passou,
sentindo medo que furou
o tímpano da intuitiva certeza
que tudo é, foi e será
perfeito.

(Perfeito como?
Natural.)

Em memória viva do que fui
esqueço o presente
em concórdia com o hábito
de quem vive o quotidiano como normal.

Ora, na vida, coisa que deve haver
é espontaneidade,
absoluta abertura ao sobrenatural
da surpresa expandir os lábios e a mente
em tom de arte.

Mas que de mim não sei,
sei eu...

Uma comichão no céu da boca astral,
na maneira de sorrir e olhar para ti quando falas para mim.

Qualquer coisa.

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