segunda-feira, 14 de março de 2016

Meu amigo, meu amigo,
sinto-me longe.

Não sei de meu espírito,
não sei de minha criança.

Preciso ajuda amigo meu.

Travei na vida
e a vida precisa de velocidade.

Oh mas que pena
que estava tão bem...

O ano passado senti-me como ave de rapina
que dançava as dificuldades
com tanta arte
que só soluções surgiam.

Parei.

Estou a andar.

Sinto-me a andar
a uma velocidade não minha
mas de outra.

Ando nela,
não sei.

A máquina que inventei para ser Eu
não está oleada.
Precisa de carinho e atenção.

Essa que está nela agora,
na menina que dorme comigo.

Falta-me a dança dos astros,
a impossibilidade ao virar da esquina.

A provável vitória de quem não olha
a desgraça como tal.

Vim de sei lá onde
e vou para esse mesmo sitio.

Ou melhor, ia.
Agora estou parado.

Será que a Mulher existe para nos parar?

Não pode,
não é verdade.

A Mulher existe para nos continuar.

Falta-me a arte de entende-la
ou ela a mim.

Algo aqui não está certo.

Falta sabor e continuação.

Vivo a rotina e
o meu dia-a-dia é já ontem.
Enfim.

Algo a mudar amigo.

A vida é sempre mais do que o que se pensa e vive.

É tudo o mais e o nada
a cima de tudo:
Espaço e Tempo.

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