segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Um
atrás do outro
enquanto um segura
o outro se lança ar
livre, leve.

De olhos
enaltece coração
seguindo a razão
essa esperança sempre
de renascer ao dia um de sentir
novamente.

E perder
cair
é deveras uma possibilidade
porque tudo cai, é assim que corre o tempo da vida.

Mas não de medo agora
nem ontem foi o medo que sinto agora.

Medo é criativo mas ilusório
e quando se sente mais do que se pensa
então o ganho é constante,
graça preponderante.

Está um dia lindo,
está sim senhor e sim senhora.
Lindo ao quanto eu aqui suo e espirro,
engripada veste chamada corpo que enfraquece
mas rejuvenescerá eventualmente
- talvez amanhã.

Resta o tempo, a informação
parado recebida.

Falo de filmes, documentários,
livros e pensamentos.

Há que entreter o tempo com tempo a crescer.

Doente não posso crer...

Mais de manhã,
demais amanhã que chuva ameaça,
frio desgraça.

Mas vem lá Primavera.
Pássaros a piar, sorrisos,
calor, beijos e namoros alheios
que inspiram a vida a se procriar.

Por momentos acontece em cheio
estar em todo o lugar aqui.
É da doença, é da cabeça...

Mais um cigarro,
um espirro e assoar o nariz ao papel higiénico.

Lá fora o mundo, as sirenes
e conversas,
gritos e motores.

Quando prostrado neste estado gripal
e um dia lindo sinto pela janela
só desejo um voo alto e directo ao centro da vida.

O parar reflecte o que se quer afinal.

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