quinta-feira, 19 de maio de 2016

Quando acontece o imprevisto
e do silêncio nasce o grito.

Quando perto se vê o longe
e acena o destino a uma grande obra em frente.

Quando se mata para viver
- seja o que for -
para ser de valor e louvor
o ser.

Acontece que termino um capítulo
e abro outro.
Acontece que sempre que fica noite
começa a contagem decrescente para o dia nascer.
Acontece que a cada dia se morre
mas nasce de conhecimento mantido, compreendido e percorrido.
Acontece que me estou no limbo
entre querer ou crer,
ir ou ficar,
mandar ou deixar ser.

Ser.

Maneiras de ser e agir,
casulo do para sempre existir,
perfeitamente, ainda agora.

Quando durmo
nasce o mundo.

Este aqui é plateia e palco,
um jogo de sorte e azar.

Falo comigo.
Quero falar comigo
mas "ele" não me ouve.

Pareço furado,
pareço um fantasma,
uma memória de mim mesmo.

Onde me meti nesta sombra de existir
continuado mas não aqui.

Falo contigo e quero-te entender,
quero saber de novidades,
vampiro da vida solar,
quero saber!

Nasce-me a fera e o mar,
o ir,
o voltar.

Os dois.
Os dois sempre!

E neste vai e vem
eu me sempre encontro
- seja quanto tempo e loucura isso demore!

Falo a mim.
Falo a ti.

Falo ao mundo e quero
que passarinhos e máquinas
sejam paisagem do agora e do outrora
e o que há de vir.

Quero-os perfeitamente reais,
compreendendo a ténue linha que nos liga:
eles e os meus sentidos.

Quero isto
e só isto.

Quero sentir a cada momento
a vida transparecer.

Agora dizem alguns de vocês:
É muito de se pedir?

Eu diria que não,
não é.

Mas há coisas na vida
que adiam a descoberta
e são elas mesmas uma descoberta
até nós estarmos preparados para ela.

Dilema.

Estar ou não preparado.
Querer estar ou não preparado.
Querer sequer preparação para isto.

É coisa complicada esta vida...

Há que ser guerreiro de honra
para poder com ela viver
e sê-la em pleno:
resposta ao teu nascimento como tu és.

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