sexta-feira, 13 de novembro de 2015

É demais o consolo para um adulto
querer comer e ter de o fazer.

Somos simples e ligeiros
mas a mente carrega o peso
da lembrança, da não eficiência,
da tristeza e assim.

Fui ali ali dar uma volta
pela avenida Almirante Reis.
Vejo de tudo,
vejo o mundo
e perco-me a mim.

Agora, sexta-feira, quer-se a loucura,
fantasia e a aventura.

Mas eu saí ontem...

Ontem um copinho de nada
- chama-se "shot" -
levou-me toda a coerência e alegria.
Vejo-me prostrado em pensamentos desconexos
e estúpidos - absolutamente infelizes.

Tristeza, não venhas a mim...

Tenho demais a combater neste mundo,
sendo eu que sou,
e pensamento bruto
que me constrói e é,
e é, enfim.

Falemos de coisas ridiculas e felizes.
Falemos sem nos complexar com as coisas da vida,
do amor e do afecto.

(Queria um abraço teu...)

Ontem quis me ver livre
hoje é a ressaca.
Ontem fui eu,
hoje és tu.

Parece que não sei destas coisas...

Fui-me embora demasiado cedo.

Despedi-me com medo.
Esse é o meu enredo:
esta coisa de olhar e gostar
mas não poder dizer
para poder andar.

Caminho é destino
e se até um pé o pode
porque não o corpo absoluto?

Visto a carne de azul,
a ti de cor-de-rosa
e o mundo de branco
 - para poder escrever, rabiscar, desenhar
por cima.

Vou ali e sem mim
me sabem vivo
e paradeiro.

Escolho perder-me na infelicidade
quando a coisa não corre bem.

Engoli a pedra que me chateava
e tornou-se ela minha musa
- que coisa estranha...

Fala-me de coisas maravilhosas,
no além medo,
pouco desprezo:
um amor elegante,
sábio até.

Mas de que se fala aqui
senão de uma certa falta de habilidade
para ter razão?

Por vezes desejaria-me explodir,
pois assim me sinto quase todo o tempo.

Olho o fruto do ventre.

Sem comentários:

Enviar um comentário