Quanto mais me sou
mais sinto que deus existe.

Um deus diferente
desses que têm religião...

Falo de um deus
que é mais como uma ordem,
uma equação matemática
que sempre resulta em zero.

Um deus que não conhece actual
mas universal.

E nisto, é tão nítido que dói à visão natural,
humana, sensível e civilizacional.

O mais próximo a esta minha definição de deus
é o karma.

A vida é saber ir com calma
levando o karma no meio,
no centro de todo o acto, sentimento
e acção.

Fazer isto, tendo isto sempre em conta,
se caminhará na graça de deus
- este deus que falo.

E não é sempre perfeito
pois por vezes dói algo
e apetece bater, rebentar e expulsar.

Mas com a sabedoria do tempo e do karma
se sabe quando mudar e porquê mudar
e encontrar novamente espaço para ser isto
e criar.

É como viver não para o Eu
mas antes para o que o suporta,
para o que lhe dá a graça
para sentir e ser aquilo que já se é à partida.

É importante ser mais que o Eu.