domingo, 21 de fevereiro de 2016

De passado caminho
encontro pouco agora
que olhos doem à passagem de presente.

Fico parado, olhando
olhado o caminho por percorrer.
Pois não sinto e não sei
o que temer, querer e gostar.

Deveras em planalto de incerteza
- coisa nova na minha cabeça acesa.

Não gosto disto
mas estou nisto.

Falo aos pombos,
ao céu,
a deus até
e não me dão razão
nem caminho.

Estou no limbo da sabedoria,
talvez perdido em ignorância,
perdido em mim talvez...

Macabra a vida
quando o que se mais quer é ela,
assim límpida.

Donde deusa minha,
dança a chama da formiga ao sonho do velho do espaço infinito?

Caído no chão,
não aprecio dia nem noite,
aguardo solução.

Crescer e ser é bom
mas há obstáculos e pesos,
balanços e medos
que nunca se imaginou antes.

É a vida o caminho para a morte?
(não sei porquê mas como que me acalma tal melancólica ideia...)

Não creio
e creio.

Ontem todo o minuto era infinito
enquanto o amanhã e o ontem
se entrelaçavam em sonho de índio
na absoluta Era moderna do esquecimento.

Hoje estou confuso,
perdido num dia em que me questionaram vivência e opção.

Mas eu não opto,
eu sou e sem caminho
persisto em me transcender
como figura alada, onírica e falada.

Deixem-se de dúvidas
ou não me falem delas...

Coisa cansada
ser tão racional e correcto.

Fodasse para isto
que já falei com deus e diabo
e nenhum deles sobe-me dizer donde veio.

Grande ilusão é toda esta vida
e o levá-la a sério
é que me dá uma dor de cabeça
como que gástrica. 

Falem-me do que não existe e é
para ser pensamento e imaginação
sem fim e eterno - só por um momento:
é o que basta para a vida fazer perfeitíssimo sentido.

Cansado de ego e ser o que nem sei se quero.

Alegorias aos cabelos
e neurónios ter também o coração,
magia negra da razão
- fálica certeza que o a seguir é conquistar.

Conquistar calma porra!

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