Se de sincero ser me ilustro pela vida
é por a ter conhecido como amiga
só.
Na aurora do cântico da ave grande
olho ao alto e figuro cristalina novidade.
Há mais que o que há a ver.
Sentir como que sem querer.
Na novidade desta vida
a cada momento deslumbro prazer:
vigoro o direito a viver.
Quem, por outro lado, corre,
olhando em frente sem lados
é triste e ignóbil ao deus que pressinto ser
parte.
Que os lados é que contam
o que há frente haverá e não há.
Esquecer os lados é não saber ir em frente
meu amigo.
Na madrugada de olhar sem ver,
sentir sem tocar,
escolho o nada para que me descanse o tudo
que julgo ser e saber.
Ah... aí lembro o tempo
e sua majestade.
Lembro o não ser
para saber tudo ser
e não correr.
A vida perfeita
logra aqui, ali,
em todo e tudo.
Assim simples é a vida
quando invés de querer
tu crês.
Fazei do sangue espírito
e da pele reflexo
pois por seres tudo isto
serás eles também.